O nascimento de um filho é sem dúvida um dos maiores acontecimentos na
vida de um homem. Aquele momento em que a pessoa passará a ter parte de
si em seus braços. Sendo assim, é natural sentir o desejo de ter mais
tempo para se dedicar a sua mais nobre função: ser pai.
Foi
aprovado pelo senado o projeto que amplia de 5 para 20 dias a licença
paternidade, inclusive pela adoção. Mas ainda falta ser sancionada pela
presidente Dilma a Lei que estende esse período.
O projeto é um marco regulatório dos direitos da primeira infância.
É
importante a presença do pai em casa logo após o nascimento da criança.
Ajudar a mãe nos primeiros dias do bebê, compartilhar preocupações e
alegrias, além de poder curtir a chegada de alguém que passará a ter com
ele uma ligação eterna.
Além do pai, a mãe também será
beneficiada, caso a Lei seja sancionada. Os primeiros dias de vida de um
bebê, não são fáceis, nem sempre se adaptam ao peito, as vezes ocorre
choro frequente. Mas é o contato paterno e o fortalecimento do vínculo
que torna o período ainda mais mágico.
Na verdade, o projeto é
uma continuação do programa Plano Nacional da Primeira Infância, que
visa beneficiar a criança e preservar seus direitos constitucionais.
O site www.ebah.com.br informa que este é um
movimento mundial para as crianças apoiando os compromissos com os
seguintes princípios e objetivos:
“1. Colocar as crianças em
primeiro lugar 2. Erradicar a pobreza – investir na infância 3. Não
abandonar nenhuma criança 4. Cuidar de cada criança 5. Educar cada
criança 6. Proteger as crianças da violência e da exploração 7. Proteger
as crianças da guerra 8. Combater o HIV/AIDS (proteger as crianças) 9.
Ouvir as crianças e assegurar sua participação 10. Proteger a Terra para
as crianças”.
O Plano Nacional da Primeira Infância foi
aprovado no Brasil em dezembro de 2010 pelo Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente. Tem como objetivo assegurar à
primeira infância, (0 a 6 anos), seus direitos constitucionais, os
garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e demais leis
específicas.
Fatores como educação, saúde, assistência,
cultura, convivência familiar e comunitária, fazem parte desse plano. A
sua implementação contribuirá para o cumprimento dos compromissos
assumidos pela sociedade brasileira com a primeira infância.
O projeto que estende a licença paternidade de 5 para 20 dias, está contido na parte “convivência familiar”.
De
acordo com o projeto aprovado no Senado, pode pedir o benefício o
funcionário da empresa que aderir ao programa, desde que até dois dias
úteis após o parto e comprovada a participação do pai em programa ou
atividade de orientação sobre paternidade responsável.
No
entanto, assim como a licença maternidade de 120 dias, a licença
paternidade não será obrigatória para as empresas privadas, ou seja, a
adesão pelas empresas privadas será uma opção, como na prorrogação da
licença-maternidade.
Assim sendo, poderá deduzir de impostos
federais o total da remuneração integral da funcionária. A Empresa que
aderir poderá abater do IR devido valores dos dois salários extras. A
regra só vale para as empresas que têm tributação sobre lucro real.
Empresas que declaram pelo lucro presumido ou estão integradas no
Simples Nacional podem aderir, mas não terão direito à dedução.
A
Receita Federal também traz informações importantes sobre o programa:
“a pessoa jurídica poderá aderir ao Programa Empresa Cidadã mediante
Requerimento de Adesão formulado em nome do estabelecimento matriz, pelo
responsável perante o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ),
conforme regras estabelecidas na IN RFB nº 991/2010.”
Os
pais que fizerem o requerimento para usufruir da nova licença
paternidade, não poderão exercer outra atividade remunerada no período.
O
projeto, chamado Marco Legal da Primeira Infância (PLC 14/2015), segue
agora para sanção presidencial. A ampliação do benefício é válida para
os servidores públicos e para as companhias que aderirem ao programa
Empresa Cidadã, que já possibilita a ampliação da licença-maternidade de
quatro para seis meses.
De certa forma, a não obrigatoriedade
das empresas privadas a adesão ao referido projeto, fere o princípio da
igualdade, momento em que se faz a seguinte pergunta: Os filhos dos pais
que trabalham em empresa privada que não faz parte do projeto Empresa
Cidadã, não tem direito de fazer parte do Plano Nacional da Primeira
Infância?
No entanto, “todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza!”
As
empresas que não fazem parte do programa empresa cidadã, ainda podem
repensar sua atual situação, uma vez que existem incentivos fiscais no
caso de adesão.
A BBC Brasil mostrou um pai se lembrando como
foi complicado deixar a mulher e o filho em casa, apenas cinco dias
depois do nascimento dele. Voltou ao trabalho exausto, sem foco e com a
cabeça longe.
"Dar mais dias de licença-paternidade vai na linha
do que está cada vez mais claro com pesquisas em todo mundo: o papel do
pai é crucial desde o acompanhamento do pré-natal, no apoio pós-parto e
também no vínculo que ele cria com o bebê", diz Eduardo Marino, um dos
responsáveis pelo estudo e gerente de Conhecimento Aplicado da Fundação
Maria Cecília Souto Vidigal (que promove pesquisas e projetos
relacionados à primeira infância. (BBC)
"Um pai em casa, o seu
apoio à mulher, favorece a amamentação em um período crítico, em que a
mãe e a criança precisam se adaptar ao processo de amamentação. É aí que
costumam aparecer os problemas. E se a mulher não estiver amparada, há
uma tendência maior de se desistir da amamentação e passar para as
fórmulas (leite em pó)."
A licença paternidade foi instituída pela primeira vez na Constituição Federal de 1988.
Após
levantamento da Organização Mundial do Trabalho, foi divulgado que, se
elevar para 20 dias a licença paternidade, o Brasil será equiparado a
Portugal, sendo que a Argentina é o pais que possui a menor licença
paternidade, 2 dias e os países que possuem as maiores licenças são a
Eslovênia e Islândia , 90 dias e Finlândia, 76 dias.
Este
projeto veio para fortalecer as políticas públicas voltadas para a
infância, resguardando os direitos da criança e tornando realidade a
frase de Sigmund Freud:
“Não
me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância
de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai.”
*Advogada,
Juíza Arbitral, Personalidade Brasileira. Twitter: @DolanePatricia_ You
Tube: DOLANE PATRICIA RR. #dolanepatricia FACEBOOK Dra Dolane Patrícia