Não existe neutralidade natural nas pessoas. Produzindo ou não, todas elas são objetos e sujeitos da prática do amor. Mesmo aqueles que nascem totalmente marcados pela impossibilidade física e/ou mental, são assumidos com carinho por alguém, acontecendo gestos fecundos de gratuidade e alegria. O sentido da vida humana ultrapassa todo tipo de condicionamento.
Falando da figueira estéril, citada acima, podemos dizer que o dono dela, e do terreno onde foi plantada, é Deus; o cultivador é Jesus Cristo; e a esterilidade é comparada com as pessoas que não colocam seus dons para realizar as coisas boas. Ninguém foi criado para destruir a natureza. Quem constrói a realização da vida participa da obra criadora pertencente ao Criador, a Deus.
Estamos no Ano da Misericórdia, tempo próprio para as pessoas descobrirem seu papel de utilidade na sociedade. A maldade e a falta de Deus no coração, não só ocasionam situação de desprezo e atos irresponsáveis, como a violência, mas também a perca de oportunidade para uma vida otimista e feliz. Não podemos deixar passar as oportunidades que temos para ser melhores.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto – Arcebispo de Uberaba (MG)